Morte de Lampião é tema de palestra em evento sobre Cangaço na Serra da Borborema
- Abarca Cultural
- 24 de nov. de 2019
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Atualizado: 25 de nov. de 2019
A programação do “Cangaço Campina 2019" reuniu estudiosos do tema e parentes dos personagens históricos

Por Cristiane Albuquerque
24/11/2019
As circunstancias da morte de um dos maiores líderes do Cangaço Nordestino, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, foi tema da palestra proferida na tarde deste sábado, 23, pelo pesquisador Ivanildo Silveira. O evento “Cangaço Campina 2019: História & Cultura Nordestina” foi oficialmente aberto na última sexta-feira, 22, na Vila Sítio São João e reúne estudiosos de diversas partes do país, além de contar com as presenças de parentes de alguns desses personagens históricos.
Com o título “Angico – Morte de lampião: uma abordagem crítica”, Silveira, a partir de recentes investigações a respeito da execução de Virgulino Ferreira, problematizou o tópico sobre “a verdadeira identidade” do homem que atirou e matou o “Rei do Cangaço” em emboscada.

Vestido com trajes característicos, o palestrante deu início a sua fala informando à plateia que passados 80 anos do "assassinato" de Lampião, uma perícia técnica finalmente foi realizada nas peças que Virgulino usava no dia de sua morte. De acordo com o pesquisador a análise, solicitada pelo jornalista e historiador João Marcos Carvalho, trouxe à tona alguns questionamentos sobre a “verdadeira identidade” do homem que matou o grande líder do Cangaço nordestino, assim como a quantidade de tiros que foi disparada por sua arma.
No decorrer de sua apresentação Silveira exibiu alguns vídeos com depoimentos de importantes personagens da época, além do trecho (em vídeo) de um programa da Rede Globo, exibido no dia 13 de novembro deste ano, Conversa com Bial, em que o jornalista e apresentador Pedro Bial entrevista uma das maiores autoridade sobre o Cangaço no Brasil, o historiador Frederico Pernambucano de Mello.
A partir do material exposto, especialmente a fala de Mello (que aponta o soldado Vieira Sandes como o possível executor do “Rei do Cangaço”), Silveira encerra sua apresentação dizendo que há 80 anos ouvimos uma "história distorcida" sobre o Cangaço e especialmente sobre a morte de Lampião. “Mudaram os fatos. Ele morreu com três tiros disparados por Sandes. E não com um tiro disparado por Honorato. Estudar história não é fácil, mas nós temos um compromisso com as futuras gerações. É preciso que tiremos nossas próprias conclusões daquilo que nos é apresentado” complementa.
O evento “Cangaço Campina 2019: História & Cultura Nordestina” segue até o domingo, 24, no período da manhã com palestras sobre a construção da imagem pública de Lampião na imprensa; a figura de Maria Bonita; e o Cangaço na Paraíba.

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