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Flic 2019 “em movimento”

  • Foto do escritor: Abarca Cultural
    Abarca Cultural
  • 19 de ago. de 2019
  • 5 min de leitura

Atualizado: 19 de ago. de 2019

A Feira Literária de Campina Grande segue em sua segunda edição como um espaço contínuo de encontros e trocas entre as mais variadas tribos



Por Cristiane Albuquerque


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Foto: copyleft/google images/modificada por Cristiane Albuquerque

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Foto Thais Marcelly/idealizadores e organizadores da Flic/em Sarau de lançamento/Carla Mendes;Iasmin Mendes; Stellio Mendes; e Samelly Xavier


A Feira Literária de Campina Grande teve sua primeira edição em novembro de 2018 com o tema “Palavras que Emancipam”. O evento foi idealizado e produzido pela família de educadores Stellio, Carla e Iasmin Mendes em parceria com a também educadora Samelly Xavier. Com um público que superou as expectativas de seus fundadores, em 2019 a FLic teve sua estrutura ampliada excedendo “a ideia de um encontro literário anual” e se constituindo como um “movimento artístico cultural” com atividades pontuais que acontecem no decorrer do ano.


Em sua “estreia” junto ao público campinense, com quatro dias de duração, a Flic se constituiu a partir das mais variadas ações (espetáculos teatrais, palestras, vivências, lançamentos de livros, shows musicais, saraus poéticos, mesas redondas, oficinas e piqueniques literários). Porém, já em sua segunda versão, embora tenha mantido a estrutura central, o evento se ampliou morfologicamente e espacialmente, de modo a abarcar outras atividades específicas - as quais foram organizadas em três blocos distintos (Eventos, Projetos e a Feira Literária propriamente dita).


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Foto: arquivo Flic/Instagram

No primeiro semestre os Eventos protagonizaram a cena da Flic. O primeiro deles aconteceu em março com o Sarau de Abertura (no Tropeiros Food Park); na sequência, em abril, houve o Lançamento do Livro Nacional Infantil (no Parque da Criança); em maio foi a vez dos Leitores em Rede - um encontro de usuários e administradores de Blogs Literários e páginas no Instagram (que aconteceu na Livraria Leitura); e finalmente em junho foi realizado o Encontro de Cordelistas (com shows no Parque do Povo, sarau na Feira Central e encontro acadêmico no Cine São José).


Já no segundo semestre o foco dos idealizadores se voltou aos Projetos (que tiveram início em meados de julho e contemplam dez escolas da rede municipal). São eles: o Repórter Literário (que conta com a parceria do curso de Comunicação Social da UEPB - através de oficinas de reportagens); e o Leitura Viva (cujo objetivo é realizar um trabalho entre professores e alunos em prol da leitura de autores genuinamente campinenses). E para “coroar” o intenso “movimento” pelo qual a Flic vem se constituindo ao longo de 2019, a Feira Literária fecha a programação das atividades em novembro com o tema “Leitor, um livro aberto”. O evento está marcado para acontecer entre os dias 14 e 17 no Centro Cultural Lourdes Ramalho e no Parque da Criança.



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Foto: Rafaela Costa/Encontro Leitores em Rede

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Foto: Thais Marcelly /celebração do Dia Nacional do Livro Infantil






















De acordo com os organizadores “para fazer a Flic acontecer” o grupo tem contado com o auxílio de cerca de 30 voluntários que contribuem com as mais variadas frentes de trabalho.


Essa é a mágica. Até agora a gente tem muitos amigos (risos). Assim ... a gente consegue muito mais apoio do que patrocínio. Um lugar gratuito pra estar. O grupo de voluntários praticamente sustenta a Flic em relação a trabalho. Muita coisa que poderia ser remunerada é feita de maneira voluntária. E a gente tem procurado desde o ano passado órgãos e tal, mas não é tão fácil. Geralmente são muitos ‘nãos’. Alguns poucos ‘sins’. E os ‘sins’ são com relação a um auxílio pontual. Não é financeiro necessariamente. É tipo assim: “ah eu tenho uma estrutura e tal e aí eu posso ceder”. Um som, uma tenda, uma coisa assim. A gente tem feito dessa forma. Na camaradagem muito profunda. Na raça. Acho que essa segunda edição já está sendo mais bem vista do que a primeira por ter uma referência. Então a gente já tem um feedback positivo por ter a coisa mais concreta. E estamos na luta. Mas é isso. Fazer cultura e educação nesse país tem que ser na luta. E muita luta” comenta Samelly Xavier.


De modo geral, os idealizadores da Flic consideram que a cidade de Campina Grande respondeu positivamente a iniciativa de trazer ao cenário local um evento literário que abarcasse atividades diversas (voltadas a um público cada vez mais heterogêneo). De acordo com Samelly o interesse das pessoas motivou o grupo a ampliar a atuação da Feira Literária, transformado um evento fixo em um conjunto de ações que acontecem paulatinamente no decorrer do ano.



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Foto: Dalisson Markel/Oficina de Oratória

Nas palavras de Iasmin Mendes, a proposta da Flic é semear a ideia de uma cidade leitora. A intenção é agregar pessoas diferentes, com interesses comuns, que estejam dispostas a trocarem experiências” explica. E para exemplificar sua afirmativa a educadora aponta o projeto Leitores em Rede que reuniu dezenas de jovens em Campina Grande em torno do gosto pela leitura.


“Eles fizeram blogs e Instagrans pra conversar sobre literatura. E essas pessoas, na maioria das vezes, nem se conheciam. Termina que a Flic se torna uma ponte entre elas. E o que a gente almeja é justamente isso, um público engajado e atuante” completa Iasmin.


Segundo os organizadores a proposta da Flic 2019 é focar no leitor como protagonista em meio ao seu próprio processo de formação como “sujeito leitor”. Nessa perspectiva o tema da Feira, “Leitor, um livro aberto”, destaca “aquele que lê”.


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Fonte: arquivo Flic

O foco não está no autor ou no livro solto como um objeto, mas no leitor porque é ele quem dá vida a literatura. O que queremos saber é quem é esse leitor e como ele se forma. Para isso vamos ter mesas redondas, oficinas e rodas de conversas sobre a formação desse 'sujeito leitor'” explica Samelly.


Para Iasmin, de um modo geral, um movimento como a Flic é relevante no sentido de influenciar as pessoas a se mobilizarem para que não sejam apenas consumidoras de literatura, mas criem seus próprios projetos.


Ano passado o nosso tema foi “Palavras que emancipam” e a gente acredita muito na emancipação através da literatura. Essa questão da voz é essencial. E quando a gente costuma ler normalmente se torna uma pessoa mais atuante na sociedade. Então o que a gente quer enquanto Movimento é que as pessoas se engajem e percebam que juntos, a partir da leitura, podemos melhorar a educação, sermos mais críticos, sermos mais empáticos” coloca Iasmin.


Já para Samelly a Flic representa um sonho realizado em meio a um mundo voltado ao utilitarismo imediato.


Pra mim é um consolo saber que num evento como esse a gente pode parar um pouco e se perguntar pra que serve a literatura e pra que serve a arte. Porque normalmente a gente quer que as coisas nos sirvam de uma forma prática e imediata. E aí vem a literatura, vem a arte e nos dá um tapa na cara mostrando que as ‘coisas’ subjetivas são as mais profundas e por isso são tão maravilhosas. Porque embora, na maioria das vezes, elas não tenham uma utilidade prática imediata, elas têm uma utilidade humanitária. Pra mim a Flic é isso, uma apologia à arte, à cultura, à confraternização” destaca Samelly.



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Foto: arquivo Flic/Instagram

A três meses do lançamento da Feira Literária2019 os idealizadores da Flic aguardam ansiosos pela a acolhida do público campinense, o qual, na realidade, vem sendo conquistado desde a primeira versão do evento, e na sequência, ao longo do ano (através das múltiplas trocas realizadas no contexto das diferentes atividades propostas). Assim como no “quintal da casa dos Mendes” esse grupo heterogêneo de leitores, reunidos aos fundadores do “movimento”, acabam formando um “grande quintal cultural” que, para além da própria Flic, torna-se solo fértil (gerado no seio da cidade Princesa da Serra da Borborema).



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E esse é o legado que a família Mendes junto a Samelly Xavier pretendem deixar para Campina Grande.


Nós quatro temos um carinho enorme por Campina e é como se disséssemos: ‘Toma Campina! Você merece. E a gente espera que você possa cuidar bem da Flic por todos os anos que ela existir'” conclui Iasmin Mendes.








Para mais informações:

FLIC - Feira Literária de Campina Grande Facebook: https://www.facebook.com/flicfeira/

Instagram: @flicfeira Tel: (83) 98787-6482

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